Conheça a espantosa Yakutsk, na Sibéria.

Absurdos 64°C negativos. Essa é a temperatura que os termômetros de Yakutsk, na Sibéria, chegam a marcar nos piores dias do inverno local. A capital da república da Iacútia, na Rússia (onde a federação é dividida em repúblicas), é sem dúvida a cidade mais fria do planeta.

O frio e o gelo perduram por boa parte do ano – oito meses ao todo. As condições climáticas da cidade se aproximam àquelas experimentadas no Círculo Polar Ártico, que fica a 450 km de distância dali. A população, que excede os 200 mil moradores, passa seus dias migrando entre ambientes fechados, artificialmente aquecidos, evitando passar muito tempo ao ar livre. Compreensível. As fotos que ilustram essa página, por exemplo, foram tiradas durante o outono (talvez porque no inverno seja impossível sair de casa; nem o sol dá muito as caras nessa época).

Além de deter o título, Yakutsk é a maior cidade construída sobre premafrost, um tipo de solo permanentemente congelado. A maioria das casas, por esta razão, é construída sobre estacas de concreto.

Ninguém está ali de graça, claro. Abaixo de todo o gelo e de alguma terra, encontram-se tesouros: ouro, diamante e outros minerais preciosos. São justamente estes elementos que garantem a economia da região. Indústrias vêm se instalando no local desde o início do século 18. A Alrosa, por exemplo, extrai das minas em Yakutsk uma quantidade de diamantes brutos que corresponde a 20% da exportação internacional da pedra.

O clima é seco e chove apenas durante o curto verão. Mesmo nesta época, a precipitação é rara, já que os ventos vindos do Oceano Pacífico perdem umidade ao encontrar as montanhas costeiras, antes de alcançar o vale Lena, onde a cidade está estabelecida.

A cultura local é muito definida pelo status climático. A moda, por exemplo, é repleta de peles de animais, como lebre, raposa do Ártico e rena. A alimentação é bastante calórica, pois é preciso ingerir muita gordura para resistir às intempéries dia após dia. No cardápio não são raras as iguarias feitas com carne de cavalo. Para beber e aquecer, claro, vodka.

Mesmo quando o entorno sugere que se adote a ibernação, o povo de Yakutsk mantém acordadas a arte e a cultura local. Na cidade há casas de teatro, ópera, balé e alguns museus. É preciso muita força de vontade para encaram uma vida nesta insólita e quase insalubre parte do planeta – algo que estes russos parecem esbanjar.

Fonte: Casa Vogue

Lar polonês tem 72 centímetros no ponto mais fino.

O arquiteto polonês Jakub Szczesny diz ter construído a casa mais estreita do mundo, com 122 cm transversais no ponto mais largo e 72 cm onde aperta. Em formato de triângulo retângulo no comprimento, a Keret House se espreme entre dois edifícios com arquiteturas de diferentes períodos da história polonesa, no centro de Varsóvia. O propósito da construção, que tem status de instalação artística, é hospedar escritores itinerantes. No plano conceitual, a ideia é expandir o horizonte do pensar arquitetônico, redefinindo o que é impossível.

O projeto nasceu de uma indagação do arquiteto, que ao passar em frente ao terreno vazio se perguntou “quem poderia viver ali?”. Ele concluiu que deveria ser alguém que tivesse prazer em ficar sozinho. Szczesny convidou, então, o escritor israelense Etgar Keret para juntos desenvolverem a residência individual. O plano era que a construção permanecesse ali por dois anos, mas devido à boa recepção do público e da mídia, a instalação pode tornar-se permanente. A retraída morada já se tornou um ícone da arquitetura moderna local, sendo visitada constantemente por viajantes.

O corpo onde a casa está instalada é elevado, apoiado sobre pilotis e sobre a escada de acesso. Internamente, o deslocamento se dá através de diferentes lances de escada. Predomina o branco. O mobiliário, todo feito sob medida, foi levado ao interior com alguma dificuldade. “Morar neste lugar requer senso de humor, e mesmo assim não é possível ficar lá por muito tempo”, ressalva em tom jocoso Szczesny.

Fonte: Casa Vogue