Localizada ao sul da capital da Coreia do Sul, região é lar dos “novos ricos” do país e concentra hotéis, lojas e shoppings de luxo.
A música e, principalmente, a dança do rapper coreano PSY estão em todos os lugares. Com mais de 200 milhões de visualizações, o vídeo “Gangnam Style” entrou para o livro dos recordes como o mais curtido de todos os tempos no YouTube. A canção, uma paródia do estilo de vida dos “novos ricos” de Seul, também lançou os holofotes para Gangnam, o distrito mais rico da capital da Coreia do Sul atualmente.
A pequena área de Seoul era uma terra plana e abandonada até a década de 1980, quando começou a receber investimentos e cresceu de forma vertiginosa. Como os palácios e as famílias tradicionalmente ricas moram ao lado norte de Seul, Gangnam (que em coreano significa, “ao sul do rio”; no caso, o rio Han, que divide a cidade) ficou conhecido como lar dos “novos ricos” – um nome tão preciso quanto preconceituoso.
Na trilha do dinheiro
Além da alta especulação imobiliária, Gangnam reúne hoje os melhores hotéis, bares, restaurantes, cafés e áreas de compras de Seul. A instalação de empresas como Google, IBM, Samsung e Hyundai exerceu uma atração irresistível para o setor de serviços, que investiu pesado na região. Bares, cafés, restaurantes e principalmente enormes centros de compras fincaram seus pés na região para não sair mais.
De longe, o COEX é o maior centro de entretenimento do distrito. Ali se misturam arranha-céus modernos, restaurantes, espaços para eventos, teatros e até um centro de compras, o Hyundai Mall. Com uma forte influência norte-americana, o lugar reúne lojas Levi’s e Apple, além de restaurantes como o T.G.I.F. De olhos nos turistas a negócios, bandeiras hoteleiras como The Ritz-Carlton Seul, Park Hyatt Seul e Grand Intercontinental fincaram suas raízes nas redondezas, aumentando o fluxo de pessoas no complexo.
Nessa trilha do dinheiro, butiques de luxo passaram a formar centros de compras disputados nas redondezas. O Lotte Mall, por exemplo, é uma loja de departamentos para fazer inveja à americana Saks: o prédio iluminado e imponente se transformou em ponto turístico e reúne em um só lugar marcas como Chanel, Coach, Marc Jacobs, Elie Saab e Armani, entre outras. O grupo Lotte ainda possui um dos hotéis de luxo da região, o Hotel Lotte World, e uma galeria de arte.
Gangnam também engloba dois bairros famosos por suas butiques de grife. O primeiro é Chungdamdong, chamado de “a 5ª avenida” da Coreia, comlojas da Prada, Hermès, Boss, Gucci e Louis Vuitton. Mas para uma seção de compras mais descolada e antenada com os artistas locais, o lugar ideal é a Apgunjeong-dong Rodeo Street que, como o próprio nome faz referência, lembra as badaladas ruas de Beverly Hills.
Tradição viva
Como é de costume, a riqueza trazida para a região pelos bancos e empresas fez florescer o mundo das artes. Gangnam reúne mais de 11 espaços de exibição de artes plásticas, entre museus e galerias. Considerada uma das maiores da região, a Galeria Hyundai agrega artistas de todo o mundo, com maior atenção para as artes abstrata e moderna da Ásia. Entre os museus, destaque para o Simone Handbag Museum, com exibição permanente do acervo com peças datadas do século 16. Há ainda uma amostra de todas as “it-bags” que arrebataram as fashionistas no último século.
Mesmo com tantas novidades, a região ainda guarda pedaços do passado histórico sul-coreano. Em Gangnam ficam as tumbas Seongjong, onde dois reis e uma rainha da dinastia Joseon permanecem enterrados. Uma das mais fortes da Coreia, a dinastia, que governou a nação até o século 19, baseava-se na filosofia de Confúcio e deixou como herança grande parte da cultura e das regras sociais existentes hoje no país.
Um verdadeiro oásis no centro urbano, o templo budista Bongeunsa (também conhecido como Gyeonseongsa) foi construído no século 8 durante o reinado de Weongseong. Sete séculos depois, a rainha Jeonghyeon reformou o lugar, que hoje abriga mais de três mil escrituras budistas, incluindo a obra de Kim Jeong-hui, considerado um dos maiores estudiosos do mundo em caligrafia asiática. Além de receber visitantes em suas dependências, o templo ainda organiza cerimônias como a Jeongdaebulsa, em setembro, quando os monges carregam esculturas de suas próprias cabeças e recitam rituais budistas. Um espetáculo que reúne o antigo e o moderno, a face perfeita do que é Seul atualmente.
Fonte: IG Turismo
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